quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Sinopse de "O Salto do Dourado"


"O Ribeirão do Boi é palco de um grave acidente. Cerca de cinquenta toneladas de um produto químico de elevado poder de destruição contaminam o leito do pequeno riacho.. Aqueles homens só tinham cinco horas para impedir aquela carga tóxica de alcançar o Velho Chico..."

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Currículo do Autor

Currículo do Autor
           José das Graças Gonçalves da Silva nasceu em Crisólita, Minas Gerais, em 1954. Aos dez anos de idade foi morar com os avós maternos, em Teófilo Otoni, onde terminou o primário na Escola Normal e Ginásio São Francisco. O ensino secundário ocorreu no Colégio Estadual Alfredo Sá, antigo Colégio Mineiro.  Como não se interessava em ingressar na área comercial, nem mesmo seguir carreira no setor bancário – únicas opções de trabalho existentes - em 1974 sua mãe o liberou de sua responsabilidade como arrimo de família, visto que era o segundo de uma série de doze filhos.  Assim, em novembro daquele ano desembarcou na rodoviária do Rio de Janeiro – como diria um famoso compositor brasileiro – sem lenço e sem documento. O sonho que nutria no sentido de cursar uma faculdade de agronomia tornou-se algo inatingível, em face dos cursos nessa área serem oferecidos somente no período diurno nas instituições públicas. Dessa forma trabalhou na Casa da Borracha SA, inicialmente como almoxarife, em seguida no laboratório químico, em face de ter se matriculado no curso Técnico de Química numa escola particular, no período noturno. Três anos depois ingressou no Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil onde se especializou em Química Têxtil e Fibras Químicas. A partir daí, atuou na indústria têxtil até 2007 tendo passagens marcantes na Companhia Industrial Belo Horizonte, na Cachoeira Velonorte e na Poltex Polido Têxtil SA. Nessas empresas, trabalhou nos setores de Produção, Desenvolvimento de Produtos e Controle de Qualidade. No exercício de sua profissão escreveu vários artigos de cunho técnico que foram publicados em revistas especializadas, como a revista Química Têxtil - publicação bimensal da Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis – e na revista Textília, publicada no Brasil e distribuída em vários países da América Latina. No ano de 2002, adquiriu uma pequena porção de terra no município mineiro de Três Marias onde realiza o antigo sonho de lavrar a terra, apesar dos inúmeros percalços que essa atividade gera. 

terça-feira, 28 de junho de 2011

Trechos de "O Salto do Dourado"



 A carreta branca transportava uma carga de vinte e cinco
mil litros de ácido sulfúrico – cerca de quarenta e cinco toneladas
– e tinha como destino o Estado de Goiás. Era proveniente de uma
distribuidora de Duque de Caxias, Rio de Janeiro e deveria ser
entregue até a manhã do dia seguinte. De acordo com a nota fiscal, o
ácido destinava-se a uma indústria têxtil de Anápolis para ser usado
em sua ETE - Estação de Tratamento de Efluentes que, devido ao
baixo estoque desse produto em seus depósitos, já funcionava aquém
de suas necessidades. E ainda havia um longo trecho a percorrer,
entre Paraopeba e a cidade de Anápolis, tradicional polo têxtil goiano
e seu destino final.



O ácido sulfúrico, em função de seu baixo custo e elevado poder de reação, ainda é bastante utilizado na indústria têxtil.  Embora apresente uma alta periculosidade em seu manuseio, seu emprego é muito difundido como um produto de neutralização de resíduos cáusticos inerentes a alguns processos têxteis. 


A carreta, cujo peso bruto passava de cinquenta toneladas, respondeu bravamente ao comando dos freios a ar, chiando de forma estridente. Enquanto isso, do asfalto fumegante exalava o cheiro peculiar de borracha queimada. 

Às dezenove horas, uma lua esplendidamente linda despontava por detrás de uma serra situada a leste, inundando aquela imensidão com raios de um deslumbrante prateado. Como que trazido por ela, um vento frio soprava do oriente, fazendo o termômetro assinalar 19º C

A danada dá uma lambidela na isca – quase uma carícia – que o anzol nem treme; logo vem um toque mais abrupto e a isca nem sai do lugar. Silêncio absoluto. Nada de fazer fogueira, nenhum movimento fora da água, pois traíra grande é desconfiada e matreira.”

“Um belo espécime da raça gir”, regozijou-se. O pequeno animal tinha aprumos perfeitos, um corpo longilíneo e longas orelhas retorcidas que se estendiam até próximo da extremidade nasal.   Seu focinho era de um preto brilhante intenso, e sua pelagem, um castanho-avermelhado com matizes brancos na testa, na barbela e região lombar.

Findando a poda das amoreiras, ele se encaminhou para três pequenas árvores em fase de crescimento, cujo plantio se dera antes do fim do período chuvoso, no início do outono de dois mil e sete. Eram árvores provenientes do plantio de quarenta e seis sementes, fornecidas pela Embrapa Agrobiologia – de Seropédica, Estado do Rio de Janeiro - após dois anos na fila de espera. 

        ''Trata-se de uma espécie da família das leguminosas, cujo nome é Gliricídia sepium; uma árvore fantástica, do tipo mil e uma utilidades'', ponderou ele.


"Ao chegar a Crisólita, vindo do bucólico povoado de Santa Luzia, enraivecido, o Rio Negro invadia os quintais e causava sentimentos conflitantes - admiração e medo - nas pessoas do lugar".

Mas não é somente pela beleza de suas praias que a represa de Três Marias encanta os visitantes. A abundância de suas águas faz lembrar o mistério dos mares, pela ondulação de seus movimentos proporcionada pelo vai e vem das embarcações que nela transitam.

Tradicionais árvores frutíferas do cerrado, naquele final de setembro, os pequizeiros achavam-se enfeitados com suas flores esbranquiçadas. Era um prenúncio de que em meados de dezembro a safra de pequi haveria de ser abundante, enquanto as cagaiteiras exibiam, orgulhosas, a exuberância de sua essência na forma de seus exóticos frutos amarelos. 


É início da primavera no Vale do Mucuri e os incontáveis cursos d’água que formam a bacia desse importante rio pedem socorro. Suas nascentes se acham mirradas, enfraquecidas pela escassez de água no subsolo.

Um dia acordou no meio da noite, incomodado pela visão de um aluno do CETIQT que se acidentara com um produto químico, no Laboratório de Química Analítica. O frasco que o continha escorregou de suas mãos e um líquido fumegante entornou no rosto do incauto estudante, causando-lhe terríveis e dolorosas queimaduras.

“Não, senhor Helton”, sentenciou Delano de um modo apocalíptico. “Se permitirmos que aquela corrente chegue até o São Francisco, o ácido nela remanescente será suficiente para provocar um desastre ecológico de proporções imensuráveis.


Os homens caminhavam produzindo vigorosa agitação da água, de forma que os peixes se amedrontavam e batiam em retirada na direção da vazante do tímido arroio.  Alguns raros espécimes mais impetuosos, alheios aos perigos que os aguardavam, tentavam furar o bloqueio imposto pela barreira assim formada.  Aqueles que conseguiam superá-la, algumas poucas dezenas de metros adiante, deparavam com um ambiente hostil e mortal e eram transformados em carcaças disformes e sem vida.

O nordeste mineiro, mais precisamente o Vale do Mucuri, é uma região prodigamente banhada por inúmeros cursos de água. Dentre eles, se destacam os rios Pampã, o Negro e o Marambaia além de incontáveis outros pequenos afluentes. Naquelas paragens, os jacarés eram habitantes de lagos e rios desde épocas remotas.  


Registro na Fundação Biblioteca Nacional

quarta-feira, 30 de março de 2011